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FENÔMENO BLOCKBUSTER.
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Intolerância, 1916
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Os Estados Unidos da América sempre estiveram na vanguarda da história do cinema, mesmo não sendo o primeiro país a desenvolver a arte das filmagens do movimento, sempre participou do desenvolvimento da Sétima Arte. Nome pioneiro nesse esforço conjunto com outros pioneiros de outros países foi Eadweard Muybridge, que experimentava, em sua época, o zoopraxinoscópio, decompondo em fotogramas corridas de cavalos. Um outro americano, o prolífico inventor Thomas Alva Edison, desenvolveu, com o auxílio do escocês William Kennedy Dickson, o filme de celulóide e um aparelho para a visão individual de filmes, chamado cinetoscópio. É verdade que os irmãos Louis e Auguste Lumière, viriam a dar contornos melhores a invenção quando conseguiram projetar imagens ampliadas numa tela graças ao cinematógrafo, mas isso é uma outra história.
Já no engatinhar do Século XX, os EUA participava ativamente da nova novidade, e logo de cara, imprimiu uma marca indelével na história do cinema, ao registrar para a eternidade, a primeira produção de um tipo de filme, que viria a ser um gênero americano por excelência.
O filme era O Grande Roubo do Trem (The Great Train Robbery, 1903) do diretor americano Edwin S. Porter, que, já em 1907, se firmara como diretor de renome internacional. O Grande Roubo de Trem é considerado o modelo (inicial) dos filmes de ação e, em particular, do faroeste.
Mas os americanos não eram apenas os filmes de ação de Porter e outros, por exemplo, um nome mais importante viria em seguida. Trata-se de David Wark Griffith, que começou como ator num filme do próprio Porter, Salvo de um Ninho de Águia (Rescued from an Eagle's Nes, 1907), passando à direção em 1908 com As Aventuras de Dollie (The Adventures of Dollie), e até 1911 realizou 326 filmes de um e dois rolos.
Griffith que viria a filmar clássicos, reconhecidos até hoje como um dos baluartes da história, como O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation, 1915) e Intolerância (Intolerance, 1916), tornou-se o nome mais importante sobre o surgimento da linguagem narrativa, tal como a conhecemos ainda hoje, e também um dos nomes pioneiros na criação da indústria cinematográfica de Hollywood. Sobre os filmes em si, pode-se falar sobre os procedimentos criados ou sistematizados por Griffith: a idéia de plano, a decupagem clássica (divisão em planos), a montagem alternada, a câmera transparente, a importância da luz, a busca do realismo, a psicologia e a subjetividade.
Ao lado de Griffith é preciso destacar Thomas H. Ince, outro grande inovador estético e diretor de filmes de faroeste, que já continham todos os tópicos do gênero num estilo épico e dramático.
Já em 1912, com o recesso do cinema europeu durante a Primeira Guerra Mundial, os americanos não perderam tempo, e concentraram as produções de filmes em Hollywood, na Califórnia (porque tinha sol o ano inteiro e podia-se filmar a qualquer hora do dia), onde surgiram os primeiros grandes estúdios; dominavam a indústria cinematográfica mundial. Neste ano, Mack Sennett, o maior produtor de comédias do cinema mudo, que descobriu Charles Chaplin e Buster Keaton, instala a sua Keystone Company. E no mesmo ano, surge a Famous Players (futura Paramount) e, em 1915, a Fox Films Corporation. Para enfrentar os altos salários e custos de produção, exibidores e distribuidores reúnem-se em conglomerados autônomos, como a United Artists, fundada em 1919 por Charles Chaplin, Douglas Fairbanks, Mary Pickford e Griffith.
Aliás, o início da década de 20, marca o início da consolidação da indústria cinematográfica americana e os grandes gêneros – faroeste (western), policial, musical e, principalmente, a comédia –, todos ligados diretamente ao estrelismo (Star System), são as produções responsáveis em manter os EUA como o maior e mais rendoso produtor de cinemas do planeta.
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Mary Pickford
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O Star System, foi o conhecido sistema de "fabricação" de estrelas que encantavam as platéias. Mary Pickford, a "noivinha da América", Theda Bara, Tom Mix, Douglas Fairbanks, Gloria Swanson, Dustin Farnum, Mabel Normand, Roscoe "Fatty" Arbuckle (no Brasil conhecido como Chico Bóia) e Rodolfo Valentino são alguns dos nomes mais expressivos desta época.
Nesta época, Hollywood já havia superado em definitivo os franceses, italianos, escandinavos e alemães, consolidando sua indústria cinematográfica e tornando conhecidos em todo o mundo as suas grandes estrelas, e entre eles, gênios da comédia como o britânico Charles Chaplin, Buster Keaton e Oliver Hardy & Stan Laurel ("O Gordo e o Magro").
A comédia americana dos anos 20 era baseada na sátira de pequenas cenas do cotidiano, e privilegiava lugares, situações e objetos que retratavam a vida urbana e as interações dos personagens. Além de Chaplin, Keaton e Hardy & Laurel, se destacava também inteligentes comediantes como Bem Turpin e Harold Lloyd, bem como a grande competência do produtor e diretor Mack Sennett, que recorria com freqüência ao "pastelão" e mantinha o gênero no topo da preferência popular.
Como a história não pára, quase no final da década de 20, um importante acontecimento, vindo de terras americanas, transforma o mundo do cinema, que depois disso, nunca mais seria o mesmo.
Dizem, que à beira da falência, os irmãos Warner apostaram seu futuro no arriscado sistema sonoro, e o êxito do medíocre, mas curioso O Cantor de Jazz (The Jazz Singer, 1927), consagraria o chamado "cinema falado", logo cantado e dançado em prosas e versos por toda a América. Dos Estados Unidos, os filmes sonoros se estenderam por todo o mundo, em luta com a estética muda, que embora bela, foi vencido pela modernidade e o curso natural da história. O cinema se converteu num espetáculo visual e sonoro, destinado a um público maior, e passou a dar mais importância aos elementos narrativos, o que levou a arte ao realismo e à dramaticidade do dia-a-dia.
Com o advento do som, nos Estados Unidos e também no mundo, o início da década de 30 revoluciona a produção cinematográfica mundial, e especificamente nos EUA, são consolidados os grandes estúdios, consagrando astros e estrelas em Hollywood.
Mas nem tudo eram flores, pois os americanos sofriam com os efeitos da Grande Depressão, que tivera início no dia 24 de Outubro de 1929, a famosa “Quinta-Feira Negra”, quando a Bolsa de Nova York sofreu a sua maior baixa, até então, quebrando e levando o país a sua pior crise financeira da história.
Nesta época os EUA eram o país mais rico do planeta. Além das fábricas de automóveis, os EUA também eram os maiores produtores de aço, comida enlatada, máquinas, petróleo, carvão.... e cinema! Já em meados da década de 20 era conhecido em todo mundo a expressão “American Way of Life” (Modo de Vida Americano), estilo de vida que o mundo todo invejava. Porém, os “Loucos Anos 20”, houvera ficado para trás, e o povo americano amargava a dura realidade.
No entanto, e apesar da crise, Hollywood acreditou e investiu no país. A comédia, com Frank Capra, era a melhor representação do otimismo que sensibilizava os americanos, pois Capra vinha justamente difundir em seus filmes o verdadeiro sentido do “American Way of Life”, com obras aplaudidas como O Galante Mr. Deeds (Mr. Deeds Goes to Town, 1936), Do Mundo Nada se Leva (You Can't Take It With You, 1938), A Mulher faz o Homem (Mr. Smith Goes to Washington, 1939) e Adorável Vagabundo (Meet John Doe, 1941), já no início da década de 40. Popularizaram-se também na década de 1930 os filmes de gângster, par a par com os westerns, que se aprimoravam e ganhavam enredos complexos.
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Adorável Vagabundo, 1941
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Hollywood focalizou os heróis e vilões da saga da conquista do oeste em filmes de ação como No Tempo das Diligências (Stagecoach, 1939); Raoul Walsh, já em 1930, inovara quando experimentara a película de setenta milímetros com A Grande Jornada (The Big Trail, 1930); King Vidor com o seu O Vingador (Billy the Kid, 1930) dera início a um filão exaustivamente levado às telas; e ainda tinham diretores expressivos como William A. Wellman, William Wyler, Henry King, Cecil B. DeMille, Henry Hathaway e muitos outros, enfocando o assunto e levantando a moral dos expectadores com histórias de heróis do Velho Oeste Americano.
O problema do banditismo urbano, questão social grave, foi abordado em filmes de impacto como Alma no Lodo (Little Caesar, 1930) de Mervyn Le Roy; O Inimigo Público (The Public Enemy, 1931) de William A. Wellman e Scarface – A vergonha de uma Nação (Scarface, 1932) de Howard Hawks, biografia disfarçada de Al Capone; e muitos outros filmes.
Outras vertentes fluíram, como o musical de Busby Berkeley e a série dançante de Fred Astaire e Ginger Rogers; as comédias malucas e sofisticadas que consagraram Ernst Lubitsch, Leo McCarey, Howard Hawks, William A. Wellman, Gregory La Cava e George Cukor, além dos irmãos Marx, que dispensavam diretores; e os dramas de horror como Frankenstein (Frankenstein,1931) de James Whale; Drácula (Dracula,1931) de Tod Browning; O Médico e o Monstro (Dr. Jekyll and Mr. Hyde, 1932) de Roubem Mamoulian e A Múmia (The Mummy, 1932) de Karl Freund, entre tantos outros.
Finalmente, em finais da década de 30 e início da de 40, floresceu o melodrama, com torrentes de sentimentalismo, dilemas morais e supremacia feminina. William Wyler destacou-se como diretor romântico em O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights, 1939), no entanto, o filme mais famoso deste filão foi o E o Vento Levou (Gone With The Wind, 1939), dando início aos Anos Dourados de Hollywood, com seus melodramas de grande apelo emocional.
A década de 40 começa e já no seu início um florescimento ainda maior imerge de solos americanos, além dos já consagrados melodramas, e gêneros como o faroeste, terror (na sua maioria filmes B), musical, comédias, e outros; uma nova tendência surge e ganha espaços que até hoje é muito forte na história do cinema. É a chamada era do Cinema Moderno Americano, quando autores como Orson Welles revolucionaria a estética do cinema, principalmente com seu cultuado Cidadão Kane (Ctizen Kane, 1941), onde é subvertida a narrativa cronológica, com um enredo não-linear; profundidade de campo, quando são postas em evidência não somente o primeiro, mas o segundo e terceiro plano de uma cena; tomadas de câmera do solo; filmagens do teto dos ambientes; etc; tudo isso numa ousadia própria do modernismo. Mas além desta escola iniciada por Welles e que até nos tempos contemporâneos se faz ouvir, como na também cultuada obra-prima de Quentin Tarantino, Pulp Fiction - Tempo de Violência (Pulp Fiction, 1994); um outro importante movimento começou em 1941 com o filme Relíquia Macabra (The Maltese Falcon, 1941) e perduraria (sua era clássica) até 1958 com o filme A Marca da Maldade (Touch of Evil, 1958), o Film Noir. Um movimento com muitos autores europeus e com influência do Expressionismo Alemão, Realismo Poético Francês e o Neo-Realismo Italiano; mas que na América ganhou um caráter próprio que nenhum crítico é capaz de dizer que não seja genuinamente americano.
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A Marca da Maldade, 1958
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Na década de 40 foi quando inúmeros clássicos consagrados foram realizados; ora resultado do chamado Cinema Clássico Americano, ora do cultuado Movimento Film Noir, ora de outras tendências, gêneros e estilos. Filmes como os já mencionados Cidadão Kane de Orson Welles e Relíquia Macabra de John Huston; também pérolas como As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath, 1940) de John Ford; Casablanca (Casablanca, 1942) de Michael Curtiz; Consciências Mortas (The Ox-Bow Incident, 1943) de William A. Wellman; Laura (Laura, 1944) de Otto Preminger; Pacto de Sangue (Double Indemnity, 1944) de Billy Wilder; À Beira do Abismo (The Big Sleep, 1946) de Howard Hawks; A Felicidade Não Se Compra (It's Wonderfull Life, 1946) de Frank Capra; Paixão dos Fortes (My Darling Clementine, 1946) de John Ford; Os Melhores Anos de Nossas Vidas (The Best Year of Our Lives, 1946) de William Wyler; O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of Sierra Madre, 1948) de John Huston; e muitos outros filmes.
Mas a década de 40 não é somente as histórias dos filmes, a própria História participa direta e indiretamente sobre o trabalho dos profissionais do cinema e sobre o que seria levado às telas. Pois, em abril de 1945, ao ser informado de que Berlim estava totalmente cercada por soviéticos e anglo-americanos, Hitler e sua mulher, Eva Braun, cometem suicídio e dias depois, a 8 de maio de 1945, em Berlim, a Alemanha nazista rende-se incondicionalmente.
O cinema que já havia participado, de um jeito ou de outro, do conflito com filmes como Rosa da Esperança (Mrs. Miniver, 1942) de William Wyler e Caminhada Sob o Sol (A Walk in the Sun, 1945) de Lewis Milestone, entre outros; deparou-se, após a Guerra, com o famigerado Macarthismo que instaurou um clima de intolerância e perseguições que favoreceu a proliferação de musicais, como Sinfonia em Paris (An American in Paris, 1951) de Vincente Minelli e Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, 1952) de Stanley Donen e Gene Kelly, entre outros.
E assim iniciou-se a década de 50, com os já consagrados musicais e faroestes; os vigiados de perto, Film Noir; as comédias malucas; mas também um subgênero que fez muito sucesso na época e até hoje tem seu lugar de destaque na história e na preferência do público, as Comédias Românticas e sofisticadas como A Princesa e o Plebeu (Roman Holiday, 1953) de William Wyler; mas também superproduções, como Os Dez Mandamentos (The Ten Commandments, 1956) de Cecil B. de Mille.
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A Princesa e o Plebeu, 1953
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Nos estúdios trabalhavam diretores de grande talento, muitos vindos da Europa, por causa da Guerra, principalmente, e por outros motivos também. Gente como Alfred Hitchcock, Billy Wilder, John Huston, Fred Zinnemann, George Stevens, Douglas Sirk, George Cukor, e tantos outros.
Não é à toa, que a nova década emplaca muitos mais filmes esplendorosos do que a década de 40, conseguindo transformar a década de 50 na década Dourada, por excelência, de Hollywood.
Portanto, é um desfilar de obras-primas, que transforma o corredor dos anos 50 num dos mais importantes da história do cinema americano e mundial. Além dos já citados, filmes como Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950) de Billy Wilder; Matar ou Morrer (High Noon, 1952) de Fred Zinnemann; Depois do Vendaval (The Quiet Man, 1952) de John Ford; Janela Indiscreta (Rear Window, 1954) de Alfred Hitchcock; Rastros de Ódio (The Searchers, 1956) de John Ford; Glória Feita de Sangue (Paths of Glory, 1957) de Stanley Kubrick; Um Corpo Que Cai (Vertigo, 1958) de Alfred Hitchcock; Onde Começa o Inferno (Rio Bravo, 1959) de Howard Hawks; Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot, 1959) de Billy Wilder; e muitos, mas muitos outros filmes mesmo, foram produzidos nesta década!
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Um Corpo Que Cai, 1958

Mas a década de 50 não foram só aplausos e os grandes e consagrados clássicos do cinema, foi uma época de inconformidade também, quando a partir de 1955 surgiu uma reação ao sistema de estúdio e que veio diretamente da chamada Escola de Nova York. Quando, influenciados pelo neo-realismo italiano, gente como Martin Ritt e Delbert Mann, como também os jovens cineastas saídos da TV: Sidney Lumet e Arthur Penn levantaram a bandeira contra o sistema. Surgiu, então, um cinema inconformista, que abordou temas polêmicos; como a injustiça social em Sindicato de Ladrões (On the Water Front, 1954) de Elia Kazan; o conflito de gerações em Juventude Transviada (Rebel Without a Cause, 1955) de Nicholas Ray; a guerra em O Julgamento de Nüremberg (Judgment at Nüremberg, 1961) de Stanley Kramer; sexo e intolerância moral em Gata em Teto de Zinco Quente (Cat on a Hot Tin Roof, 1958) de Richard Brooks ou Clamor do Sexo (Splendor in the Grass, 1961) de Elia Kazan.
A década de 60 chegou e o cinema americano cada vez mais se voltava para a crítica social e os problemas humanos. No entanto, os filmes clássicos continuaram, junto com a nova tendência, a serem feitos, e dividiram palmo a palmo esta década, que foi uma época de transição do cinema. Alguns dos melhores filmes dos anos 60 foram Psicose (Psycho, 1960) de Alfred Hithcock; Se Meu Apartamento Falasse (The Apartament, 1960) de Billy Wilder; Amor, Sublime Amor (West Side History, 1961) de Robert Wise e Jerome Robbins; O Homem Que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valance, 1962) de John Ford; Butch Cassidy (Butch Cassidy and Sundance Kid, 1969) de George Roy Hill; Meu Ódio Será Sua Herança (The Wild Bunch, 1969) de Sam Peckinpah; Perdidos na Noite (Midnight Cowboy, 1969) de John Schlesinger; entre muitos outros filmes, tanto da escola clássica, quanto da nova tendência voltada para a crítica social.
A década de 70 começa, então, com a cara nova do novo cinema americano, o glamour da fase de ouro de Hollywood havia passado, e surge um cinema mais questionador, duma sociedade, que outrora fora mistificada; mas agora não há mais aquele bom-mocismo das décadas passadas, os protagonistas ganham humanidade e a busca, o mais próximo possível, da realidade é uma constante nas novas produções.
Robert Altman com Mash (Mash, 1970); Francis Ford Coppola com filmes como O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972), O Poderoso Chefão II (The Godfather Part II, 1974) e Apocalypse Now (Apocalypse Now, 1979); Martin Scorsese com Taxi Driver (Taxi Driver, 1976), entre outros, por exemplo, dissecam aspectos traumáticos da sociedade americana.
A tradição do musical é renovada com filmes como Cabaret (Cabaret, 1972) de Bob Fosse e Os Embalos de Sábado à Noite (Saturday Night Fever, 1977) de John Badham; a do cinema de humor ganha em Woody Allen um autor cáustico e inteligente e uma de suas obras mais representativas é Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977); e o bom e velho faroeste, de cara nova, tem em filmes como O Estranho Sem Nome (High Plains Drifter, 1973) de Clint Eastwood e Josey Wales – O Fora da Lei (The Outlaw Josey Wales, 1976) também de Clint Eastwood, exemplos de um gênero caminhando para uma definição de sua própria existência.
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Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, 1977
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Mas a década de 70 é também a época em que a era das superproduções renasce e filmes como Contatos Imediatos do Terceiro Grau (Close Encounters of the Third Kind, 1977) de Steven Spielberg e, principalmente, Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977) de George Lucas, são um marco que dão a nova cara do cinema americano dos anos 80, 90 e 2000.
Portanto, a década de 80 é desenhada sob estes aspectos, pois o período, apesar de continuar a trazer visões contestadoras da vida social em filmes como Veludo Azul (Blue Velvet, 1986) de David Lynch; assim como a comédia, o musical, o faroeste, o suspense e o terror, por exemplo, continuarem a marcar presença, são, na verdade, as superproduções como as seqüências da saga de Star Wars e o início das avenuturas de Indiana Jones que determinam o ritmo forte das bilheterias e a acentuação da expressão Blockbuster (arrasa-quarteirão) que daria o tom do cinema americano dos últimos tempos. As décadas de 90 e 2000 chegaram e embora filmes maravilhosos e renovadores da nobre arte do cinema tenham sido realizados, como A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993) de Steven Spielberg e Pulp Fiction (Pulp Fiction, 1994) de Quentin Tarantino, por exemplo; são os filmes de super-heróis que ganharam cada vez mais espaços nas produções, na mídia e na preferência do público, principalmente o infantil.
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Batman - O Cavaleiro das Trevas, 2008
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Porém, apesar destas últimas três décadas, o cinema americano ter-se caracterizado pelo fenômeno Blockbuster, filmes de todas as naturezas e os mais variados gêneros, muitos de altíssima qualidade, têm sido realizados, provando que a América continua tão forte como sempre foi, tanto na parte artística como nas bilheterias.
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Crash - No Limite, 2004 ..

Pra finalizar, cito alguns desses filmes que “lutaram’ e “lutam” cabeça a cabeça com os blockbusters nas bilheterias e na preferência do público: O Touro Indomável (Raging Bull, 1980) de Martin Scorsese; O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, 1991) de Jonathan Demme; Os Imperdoáveis (Unforgiven, 1992) de Clint Eastwood; Crash – No Limite (Crash, 2004) de Paul Haggis; entre muitos e muitos outros, felizmente!
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